terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A MALDIÇÃO DOS MORTOS VIVOS (EUA, 1987).

Diante da Tragédia no Haiti, e de ser talvez esse o filme mais famoso 'ambientado' no País aqui vai a minha homenagem a um dos primeiros filme de terror que vi em toda a minha vida.





Que Wes Craven ate o inicio dos anos 90 foi no minimo um dos 5 maiores diretores de filmes de terror de todos os tempos eu pessoalmente não tenho duvidas. O que poucos sabem é que o diretor também fez o mais "serio" filme de Zumbis. Como se sabe os 'bichinhos' zumbis são famosos por comer cerebros e carne humana em filmes de virus e bacterias apocalipticas, Conduto de forma simploria e banalizada para efeitos desse Blog, o Zumbi do mundo real consiste em rito religioso, muito visto em religiões africanas, em que é possivel, aprisionar ou devolver a alma de uma pessoa já morta, fazendo com que o corpo se mexa mesmo depois de morto.

O enredo do filme em questão, mostra o pesquisador americano Dennis Allan (Bill Pullman) que viaja até Porto Principe (no HAITI) em busca de uma droga que teria o poder de ressuscitar os mortos. Chegando ao exótico país, o cientista irá se deparar com muito vodu e magia negra ( retratados dentro dos limites de um filme de terror COM MUITO RESPEITO E REALISMO A RELIGIÃO AFRICANA), além de um sinistro tirano que se utiliza de forças sobrenaturais para consolidar seu poder.

Por falar em vodu e magia negra, o tema parecia estar na moda naquela época, pois no mesmo ano foi produzido o filme “Coração Satânico”, com Robert De Niro, que também aborda o assunto.

Vale ressaltar que o filme é cheio de bons momentos, como a seqüência na Amazônia, no início, as angustiantes cenas de torturas, a passagem em que o cientista é “morto e enterrado”, as constantes imagens de pesadelos, e o confronto final, muito bem bolado. Além disso, os filmes de Craven sempre vêm acompanhados de críticas sociais “camufladas” em meio ao roteiro, mas aqui isso fica bem explícito, através do destacado regime ditatorial que impera no país ( O Ditador REAL 'Papa Doc' e seu filho eram conhecidos por torturarem desafetos e por serem fanaticos por Magia Negra e Vudo, inclusive na vida real ate hoje, o argumento de ditadores desumanos, justifica na visão americana a miseria no HAITI, e a ocupação militar da potencia no país já na decada de 20,detalhes que só tornam mais interessante o filme de Wes Craven).


Em resumo, “A Maldição dos Mortos-vivos” é um ótimo filme, que apresenta uma interessante variação no tema “zumbi”, e ainda tem o mérito de ser o filme que mais respeita as religiões africanas de Vodu e zumbificação, comparado logicamente a todas as outras produções semelhantes, e com exageros. Sem dúvida, vale a pena ser assistido, tanto pela maneira inteligente com que a religião é tratada dentro do contexto de filme de terror, quanto pelo fato, de como disse, ser o filme americano mais conhecido sobre o país que hoje INFELIZMENTE passa por uma desgraça bem maior do que o semi-ficticio tirano que controlava os mortos.





Obviamente tive que rever o filme depois de todo esse tempo poder escrever melhor, porem, mesmo depois de vinte anos literais, o filme ainda estar na minha memoria por 2 cenas: o pó que ressucita a galinha, e o 'cirio' catolico-vodu, explicado e detalhado pela guia turistica do protagonista (esse cena especifica e seu dialogo poderia muito bem servir para descrever a Bahia por exemplo). Enfim, são dois momentos bem legais, e junto com a já comentada critica social mostram que mesmo filmes de terror podem ter cultura.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

ATIVIDADE PARANORMAL ( 2009, EUA).





Um jovem casal de classe média se muda para o que parecia uma típica casa de subúrbio. Tudo parece bem até que começam a ser incomodados pela presença de um ser demoníaco que age principalmente durante a noite, enquanto eles dormem. Escrito e dirigido pelo estreante Oren Peli, o filme, rodado em 2007 e segundo o próprio baseado em suas próprias experiências quando se mudou de casa e passou a ouvir estranhos barulhos. Filmes de terror, filmados ao estilo ‘câmera amadora’, ou falso documentário, não são novidades, o italiano CANNIBAL HOLOCAUSTO foi teoricamente o pioneiro, BRUXA DE BLAIR, o mais barato, rentável e famoso, REC e DIARIO DOS MORTOS, misturaram zumbis ao estilo, e por fim CLOVERFELD foi o mais caro, e também um dos mais originais, por colocar tantos efeitos especiais (bons diga-se de passagem), como monstros gigantes e destruição de prédios em um filme cuja a proposta é de ser uma filmagem com câmera amadora. Em Atividade Paranormal, a idéia de filmagem amadora, e caseira é bem explorada, e não há o tom de falso documentário, o que justifica o ódio da critica e sucesso de público, afinal estamos falando de um filme, sem trilha sonora, efeitos especiais, maquiagem, etc, o público por outro lado, a maioria pelo menos, comprou a idéia de filmagem amadora de fenômenos paranormais, e gostou, conforme os números de bilheteria comprovam. Vale ressaltar que, apesar do objetivo principal do filme ser mostrar os fenômenos, ainda temos um pouco de historia, não concluída, e nem explicada, tal como em Bruxa de Blair, o que entre outras coisas gera teorias, versões, discussões... Afinal filmes caseiros ou amadores com 15 mil dólares são feitos com uma freqüência assustadora em todo o mundo, porem, levar um deles, ate salas de cinema do mundo inteiro, fora de festivais, é mais difícil, e exige entre outros fatores, uma carga considerável de talento. Como nem tudo são flores, há pontos negativos, são eles: Mesmo hoje, onde as pessoas filmam as situações mais corriqueiras e bobas, o casal exagera em alguns momentos, como filmar imagens da própria filmagem que já estão no computador do casal, e algumas briguinhas, outro problema são os pontos errados de edição, ou cortes sem muito critério, pois a filmadora fica ligada uns 20 segundo em uma cena sem ação, em outras cenas em que deveria haver à continuidade da ação, em função da idéia de filmar tudo, a filmagem é bruscamente editada. A conclusão, é que o filme é extremamente não recomendável, para pessoas que buscam o bom entretenimento de uma produção rica em detalhes técnicos e ate mesmo artísticos, mas totalmente obrigatório para quem gosta de festivais de cinema, quer aprender ou fazer filmes independentes, com poucos recursos, ou simplesmente curte as filmagens caseiras do Youtube.